sábado, 19 de maio de 2007

Você pode fazer infinitamente ...

Nada é impossível


Em 1999, cinco deficientes motores decidiram fazer um curso de mergulho.Entre eles estavam dois tetraplégicos.Encontraram os apoios necessários e levaram a ideia para afrente.Apesar das dificuldades de locomoção, dois anos depois, todos conseguiram acabar o curso.O primeiro mergulho de mar ocorreu em O Grove, numa ria da Galiza.Um mergulho apenas a cinco metros de profundidade máxima, numa praia tranquilíssima e até sem grande vida subaquática, mas que não deixou por isso de ser um momento cheio de emoção tanto para os deficientes motores como para os instrutores da escola de mergulho "Barbatana", de Matosinhos. Uma experiência única em Portugal e rara no Mundo, esta de levar dois tetraplégicos a conhecer o fundo do mar,e que o programa "Bombordo" acompanhou desde os primeiros medos até à euforia de quem agora já só quer voltar amergulhar... Uma reportagem de Patrícia Pedrosa, com imagem de Armando Queirós e Vítor Silva e edição de imagem de Paulo Marcelino.

Touca poderá melhorar a vida dos tetraplégicos


Um grupo de investigadores da Universidade do Minho (UM), em Braga, está a desenvolver uma touca com eléctrodos que pode melhorar a vida dos cidadãos tetraplégicos dentro de um ano. Tudo porque estes pacientes poderão desempenhar determinadas tarefas, de forma autónoma, que até agora seriam impensáveis, como usar o computador. Em 2008, esta touca será substituída por um boné sem fios, com possível extensão aos doentes de Parkinson.Por enquanto, este sistema de interpretação da actividade cerebral, ainda um protótipo, é constituído pela touca e pelo dispositivo de leitura de sinais, e permite aos tetraplégicos usar o computador. Mas em breve poderá ter outras utilizações, como o controlo da cadeira de rodas - com um dispositivo incorporado - ou do comando da televisão.Esta touca está a ser desenvolvida há dois anos e já foi testada nos próprios investigadores da área de Electrónica Médica, do departamento de Electrónica Industrial da UM, que contam com o apoio da Siemens Medical Solutions. O coordenador do projecto, Higino Correia, assegurou que este sistema de interpretação da actividade cerebral funciona com base no ElectroEncefaloGrama (EEG). Ou seja, lê a actividade do córtex que está relacionada com acção motora do corpo ou com o sistema visual. Esta touca com eléctrodos lê, descodifica e envia as ondas cerebrais do utilizador para um sistema computorizado para análise e consequente acção. Na prática, o paciente desempenha tarefas através da actividade cerebral. Controla, por exemplo, o rato - olha para o cursor no monitor e este move-se - ou usa processadores de texto. Neste caso, o paciente tetraplégico observa uma espécie de teclado que surge no monitor. Os eléctrodos captam o estímulo cerebral, induzindo o sistema a construir o texto letra a letra. Mas a equipa quer reduzir para tempo real os actuais 20 segundos que o cidadão portador de deficiência pode demorar a escrever uma letra, de modo a que o pensamento coincida com a própria escrita.Higino Correia prevê a comercialização do equipamento com os fios, ainda visíveis, dentro de um ano. Mas quer substituir a touca por um boné com comunicação sem fios para monitorizar a actividade cerebral do tetraplégico no espaço de dois ou três anos. O que permitirá movimentar, em tempo real, os membros superiores e inferiores através de estimuladores eléctricos.Também os doentes de Parkinson poderão beneficiar de igual aplicação para melhor movimentarem os membros. Em estudo está a criação de um boné do género, mas para detectar o estado de sonolência na actividade cerebral dos camionistas e taxistas. Os eléctrodos e microchips que constituem o boné accionam um dispositivo de alerta - por exemplo, a buzina -, para acordar o condutor.

Magic Key



Equoterapia

Este é o nome do tratamento que utiliza cavalo para a fisioterapia de pessoas que possuem problemas neuromusculares graves como a tetraplegia e a paraplegia.

Mouse para tetraplégicos

Brasileiros criam mouse para tetraplégicosTetraplégicos terão em breve acesso irrestrito ao uso de computadores, graças a uma nova tecnologia batizada de mouse ocular, desenvolvida na Fundação Paulo Feitoza (FPF), sediada em Manaus, e que deverá ser produzida em escala industrial a partir de 2005 pela CCE.Segundo o engenheiro eletrônico Manuel Cardoso, professor da Universidade Federal do Amazonas e chefe da equipe da FPF, o aparelho se serve de rastreadores eletrônicos fixados ao rosto, que capturam e codificam digitalmente os movimentos do olho, convertendo os em sinais elétricos que são enviados ao computador por um software.“Uma piscada mais forte, por exemplo, é entendida pelo sistema como o acionamento do botão esquerdo do mouse tradicional”, explica Cardoso.A estudante de enfermagem Luciana Gonçalves Novaes, de 20 anos, que perdeu os movimentos do pescoço para baixo, após ser baleada no pátio da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, em maio de 2003, foi a primeira a testar o mouse ocular. Ela já passa e-mail e pretende escrever um livro.Leitor para cegosO professor Cardoso está desenvolvendo também um leitor para cegos, que funciona da seguinte forma: primeiro, um scanner captura a imagem da página de uma revista, jornal ou livro para o computador. Em seguida, um software faz o reconhecimento do texto, monta os arquivos e faz a leitura para o deficiente visual.Segundo Cardoso, o leitor para cegos irá ajudar não apenas pessoas sem visão, mas também portadores de qualquer deficiência visual causada por problemas neurológicos ou físicos, doenças e acidentes.www.mundoinfo.com.br/informatica/noticias

Depoimento de Ronaldo Corra, Jr., do Recife


Portador de paralisia cerebral, quadriplegia e comunica-se pela Internet digitando com os dedos dos pés, ele diz: "a Internet é o único espaço em que a minha normalidade é evidente. Lá eu posso ser eu mesmo, independentemente do que meu corpo é capaz de fazer. Ter acesso ao mundo todo pela tela do computador melhorou muitíssimo minha qualidade de vida...". Ronaldo não conseguiu concluir o ensino médio, pois foi considerado incapaz, mas sozinho tornou-se um dos mais respeitados webmasters.


Para saber mais: http://www.truenet.com.br/ronaldo

Depoimento de Nardélio Fernandes

Meu nome é Nardélio Fernandes Luz, mas a maioria dos meus amigos me chamam de “Narfe”, que é a abreviatura dos meus dois primeiros nomes.
Eu era um cara extremamente ativo. Adorava viajar e minha profissão facilitava em muito isto, pois peguei a febre das duplagens de caminhonetes e como eu era um funileiro mais puxado p/ o ramo de adaptações e até criações de veículos, era bastante solicitado. Cada vez mais abriam-se novas firmas de duplagens pelo interior do Brasil e, eu, já bem conhecido, era chamado p/ integrar o quadro de funileiros. Eu nunca consegui ficar muito tempo num só lugar, pois sempre gostei de conhecer lugares e pessoas diferentes. Com isso, trabalhei em várias cidades do país.
Em julho de 98, aos 31 anos, mergulhei de mau jeito num rio e bati com a cabeça, fraturando a sexta vértebra cervical, o que causou uma lesão medular irreversível. Foram nove cirurgias no pescoço p/ extrair os fragmentos da vértebra (6a ) que explodira com o impacto e substituí-la por ossos transplantados da crista ilíaca (osso localizado na virilha) e implantes metálicos. Foi um período de quase 2 meses de completa imobilidade no hospital, onde fui acometido de várias infecções hospitalares (inclusive três pneumonias) que quase me levaram desta pra melhor... ou pior... sei lá, pois sempre pequei demais e acho que jamais alcançarei o céu... se é que esse existe.
Pois bem, contrariando algumas opiniões pessimistas, sobrevivi. Quando saí do hospital, independente da minha imobilidade, procurei reunir a maior quantidade possível de material sobre meu problema e estudá-los; meu objetivo era conhecer o máximo sobre o assunto p/ não alimentar falsas esperanças.
Como antes eu viajava muito, a maioria dos meus amigos moravam (e moram) fora de Uberlândia. Aqueles que não podiam visitar-me, me escreviam, de maneira que eu recebia dezenas de cartas. Todos na minha casa são inimigos declarados de papel, caneta, leitura ou qualquer coisa literária (sou a única ovelha negra... hi,hi,hi!), de maneira que eu tinha que descobrir um modo de responder as cartas.
Aos poucos recuperei parte da musculatura dos ombros e dos braços, que me permitiam (permitem) alguns movimentos, ainda que muito restritos. Como meus dedos e a maior parte dos músculos dos braços são paralisados, eu não podia escrever à caneta. Comprei uma máquina de escrever eletrônica, pedi ao meu irmão que me fizesse uma mesinha (tipo aquelas de café da manhã), levantasse a cabeceira da minha cama (daquelas de hospital) e prendesse tubinhos de caneta com esparadrapo nas palmas das minhas mãos. Como meus bíceps ainda funcionavam, eu os usava p/ erguer os braços, e ao soltá-los, a força da gravidade fazia o resto. Os tubinhos batiam desajeitadamente nas teclas, mas as acionavam, e aos poucos fui aprendendo a controlar os poucos movimentos que me restaram. Como minha lesão é C5 no lado esquerdo e C6 no direito, obviamente tenho menos controle no esquerdo e uso mais o braço direito... outra sorte, pois sou destro. Desta maneira comecei a escrever, no início “catando milho”, depois fui superando as dores e aperfeiçoando. Foi um processo demorado, que exigiu muito esforço e, principalmente, muita paciência. Mas, enfim, a persistência levou-me à vitória.
Ano e meio depois fiz um tratamento intensivo de 2 meses no Sarah Kubitschek de Belo Horizonte (hospital especializado em reabilitação), onde aprendi um pouco mais sobre minha deficiência e as complicações internas causadas por ela.
Geralmente, quando se vê um deficiente (principalmente tetraplégico) na rua, imagina-se que seu único problema é a imobilidade. Essa idéia é completamente equivocada. As complicações internas são muito superiores à falta de movimentos. Bexiga e intestinos não mais funcionam e os rins ficam comprometidos. O coração tem que trabalhar dobrado p/ bombear o sangue onde não mais têm músculos p/ ajudá-lo. A circulação fica seriamente comprometida e ainda temos que tomar extremos cuidados p/ evitar infecções de urina e as famigeradas úlceras de decúbito (feridas), popularmente chamadas de escaras.
Não vou usar falsa modéstia e dizer que a vida de um tetraplégico é fácil, pois absolutamente não é; principalmente por causa da extrema dependência em quase tudo: banhos, virar na cama, funcionar intestino, passar p/ cadeira, ser levado aos lugares que precisa, enfim... quase tudo mesmo. E o pior é que nem sempre as pessoas de quem dependemos fazem isso de boa vontade... isso deprime... dói pacas. Mas, enfim, a gente acaba se acostumando e descobre que existe vida após a paralisia. Foi pensando nisto que dei o título ao livro que estou tentando escrever: “Vida Após a Vida”.
Graças ao treinamento e adaptadores especiais (feitos de pvc e velcro), adquiridos no Sarah, hoje consigo me alimentar, escovar os dentes e escrever sozinho... além de outras pequenas coisas (como segurar o copo de cerveja... he,he,he!). Depois veio o computador, presente das minhas adoráveis primas de BH, que funciona p/ mim como uma espécie de psicólogo, me ajudando a combater a depressão e estabelecer uma comunicação mais abrangente com o mundo... e aqui estou.
Como é comum nestes casos, os “amigos” foram se afastando aos poucos, até desaparecerem por completo, e hoje me restam pouquíssimos. No entanto, somente aqueles leais, em quem posso confiar..., o que é muito melhor. E também continuo conquistando novas e ótimas amizades, principalmente através da Internet. No mais, aprendi que quantidade é ilusão, qualidade é o que realmente importa, e boa qualidade é algo que meus amigos possuem com sobra.
(Narfe.)
http://www.amputadosvencedores.com.br/deppoimento_nardelio.htm

Websites Consultados

<http://intervox.nce.ufrj.br/motrix/tetraplegia.htm> Acesso em 12/05/2007.
<http://www.santalucia.com.br/ortopedia/paraplegia.htm> Acesso em: 12/05/2007.
<http://www.pvsdeficiente.hpg.com.br/dicas2.html> Acesso em: 12/05/2007.
<http://www.pvsdeficiente.hpg.ig.com.br/depoimentopatty.html> Acesso em: 12/05/2007.
<http://novaescola.abril.com.br/ed/134_ago00/html/aula_pop3.htm> Acesso em: 16/05/2007.
<http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/1892> Acesso em: 16/05/2007.
<http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2002/ede/edetxt4.htm> Acesso em: 17/05/2007.
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/educacao%20infantil%204.pdf> Acesso em 17/05/2007.
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/txt/deficienciafisica.txt> Acesso em: 17/05/2007.

Relato de Fábio Becker

Fabio Becker administra uma empresa de equipamentos médicos, hospitalares e ortopédicos. Além do trabalho, estuda inglês e espanhol e tem inúmeros passatempos.
Fabio é tetraplégico. Não possui movimentos nos braços e nas pernas desde Dezembro de 1988, quando, acidentalmente, foi atingido pelo disparo de uma arma.
Durante três meses permaneceu no hospital e houve alturas em que não acreditava na sua recuperação, pois o quadro clínico era francamente desencorajador, com paragem cardíaca, problemas respiratórios e hipertermia.
A readaptação à vida quotidiana não foi fácil e só aconteceu depois de Fabio ter passado pelo hospital federal Sarah Kubtsheck em Brasília, em 1990. Antes disso, já se tinha adaptado à sua nova vida, embora com algumas dificuldades. Usava um micro computador adaptado e a vida continuou, com rápidos avanços a partir de 1990.
Fabio conseguiu recuperar a sua auto-estima, voltou a ter os seus relacionamentos amorosos e, acima de tudo, assumiu a sua deficiência. Este é um ponto muito crítico na vida de um deficiente acidental.
Actualmente, ainda necessita da ajuda de terceiros, mas, desde o acidente, já viajou por todo o Brasil, Estados Unidos e alguns países da América Latina.
<http://www.esec-valenca.rcts.pt/folha_097.htm>

Entrevista com Christopher Reeve


Leia acessando o endereço: <http://amaralnascimento.com/blog/reeve.htm>

Depoimento de Patricia Vaitsman dos Santos

Em 1985, fiquei tetraplégica, e contrariando e enfrentando todas as adversidades da vida, voltei a estudar. Primeiro tive de concluir o 1º grau, depois o 2º, e para a minha surpresa, quando espantei, me graduei em direito.
Nesse meio tempo, fiz fisioterapia, e recuperei alguns movimentos dos membros superiores. Entrei para a natação, e comecei a participar de campeonatos, o que me ajudou muito, pois através do esporte adaptado, comecei a confiar mais em mim, e conheci outras pessoas, com e sem deficiência.
Ganhei várias medalhas, e em 1998 fui convocada para integrar a seleção brasileira de natação paradesportiva, foi uma honra para mim, mas devido a cortes no patrocínio, somente seis, dos vinte convocados puderam participar.
A minha condição como deficiente, me fez enxergar a vida com outros olhos. Nesses 18 anos que estou com essa limitação, conheci muitas coisas, e descobri que diversos assuntos não são abordados ou mesmo comentados por médicos, deixando nós, assim como os familiares dos deficientes, sem saber como conviver com a nossa nova realidade. Visando tal situação, resolvi escrever, e lançar na Bienal de 2001, o livro O COTIDIANO DE D+EFICIENTE - Perguntas e Respostas - Editora Interciência. Nele eu abordo vários temas, tais como: esporte adaptado; direitos do deficiente; sexualidade e etc. É um livro de perguntas e respostas.
Também possuo um site na internet, onde esclareço várias dúvidas, para qualquer pessoa, sobre o cotidiano do deficiente. O endereço é <http://www.pvsdeficiente.hpg.com.br>.
Tenho o objetivo de informar as pessoas, que o deficiente é uma pessoa igual as outras, com desejos, sonhos, e muita vontade de viver e crescer. A sua limitação é apenas física, não o impedindo de ser um cidadão digno, que merece o respeito de todos. O deficiente não quer piedade, mas sim igualdade.
<http://www.pvsdeficiente.hpg.ig.com.br/depoimentopatty.html>

Verdadeiros valores

Conclusão

O educador tem que sair do campo da análise para o campo da ação, na busca efetiva do resgate de situações, de vivências, de experiências que promovam a construção desses sujeito, com o objetivo de oferecer ao deficiente oportunidades iguais para o desenvolvimento de toda sua potencialidade.
As condições do desenvolvimento não são as mesmas para todas os alunos, com ou sem deficiências, porque todos constroem sua pessoa com possibilidades (características genéticas e estruturas corporais) que são muito diferentes e particulares a cada uma.
É muito importante lembrar que o desenvolvimento do aluno com deficiência realiza-se como o do aluno sem deficiência, no qual as etapas da conquista de autonomia e de conhecimento seguem a mesma ordem e acontecem pelas mesmas razões. As divergências que poderão existir entre o desenvolvimento, é que no aluno comprometido pela deficiência física é que este poderá não ocorrer de acordo com a cronologia estabelecida pelos teóricos que embasam a nossa prática. As etapas poderão iniciar-se mais tarde, além de serem mais demoradas porque o ritmo de interação social e de execução das suas ações apresentarão formas diferentes de manipulação e experimentação com o meio.
Constata-se que, se o meio oferece ao sujeito sentimentos de segurança, de autonomia e confiança para poder agir, a criança com deficiência ou não, terá condições de ter um desenvolvimento mais harmonioso.
É normal que a criança com deficiência encontre dificuldades na interação com o meio, mas mesmo essas diferenças não deverão ser entendidas como padrão de dificuldades que pode ser estabelecido para julgar todas as crianças que se enquadram nesse perfil.
A qualidade do relacionamento com adultos (pais e professor) será determinante para minorar ou agravar a descoberta de habilidades e de possibilidades da criança nas suas tentativas de interação social. Cada criança deverá ser vista como única, em um universo infinito de possibilidades, sem que se estabeleça qualquer tipo de comparação, considerando-se que as diferenças são características evidentes de um indivíduo para o outro, e o educador tem o mérito de abrir e expandir o leque de oportunidades iguais para todas as características individuais, com ou sem deficiência, com objetivo de que cada um construa a sua pessoa e sua concepção de mundo.
Pessoas com necessidades especiais decorrentes da deficiência física precisam de muito mais do que tão somente recursos básicos que satisfaçam suas necessidades primárias.
São pessoas que poderão precisar de cuidados e atenção initerruptos em todos os dias de sua vida, ou superar as dificuldades iniciais se forem bem estimuladas e bem acolhidas.
De qualquer forma, estudar para um tetraplégico é sempre muito difícil pois ele dependerá da ajuda constante de outras pessoas para escrever e ler. Essa dependência acabam por trazer ao longo do tempo o afastamento do tetraplégico do universo social, com várias conseqüências de ordem psicológica. Apesar dessa perspectiva tão negativa, hoje já é possível o acesso a um imenso arsenal tecnológico tem tornado viável uma vida muito menos penosa, tanto para a pessoa portadora de tetraplegia quanto pela sua família e a sociedade na qual ele está inserido. Muitos destes sistemas são ativados por voz, eliminando a necessidade do uso das mãos. Em alguns casos já estão disponíveis alternativas pouco convencionais como o acionamento de dispositivos com um sopro ou até pelo reconhecimento eletrônico do movimento do olho.

Interação com a família do aluno

Torna-se necessária a interação com os pais para enfrentamento do problema com realidade, pois é a família a primeira instituição que se encarrega de assentar as bases para a integração ou não dessa adolescente na sociedade. Também é preciso que os pais tenham um acompanhamento diário das atividades realizadas em classe e em casa, despertando a motivação e o interesse do aluno pelo estudo em seu novo ambiente.

Exercícios, Provas e a Avaliação do aluno

Execução de exercícios e provas:

Os exercícios e a avaliação poderão ser dialógicos (orais), através do uso do computador ou em grupo onde o outro colega desempenha o papel de escriba do grupo.

Avaliação do aluno:

Nosso aluno apresenta particularidades e necessidades educativas diversificadas e requer, em conseqüência disso,uma avaliação individualizada e formas de intervenção didático-metodológicas as mais variadas possíveis. Por isso, torna-se indispensável uma avaliação criteriosa e completa do aluno, e orientações práticas e objetivas de toda a equipe que o acompanha, visando possibilitar mecanismos funcionais e de melhor aprendizagem. Considerar também seu rendimento diário.

Atividade visando a integração e trabalhos cooperativos

Desenvolvimento de atividades visando integração com outros alunos:


A professora deve promover jogos cooperativos, motivando a solidariedade e mostrando aos seus alunos o respeito às diferenças, estimular o interesse e a criatividade nas atividades de recreação, debates e reflexões de temas trabalhados. É fundamental também que ela prepare seus alunos para ajudá-la nas tarefas a serem realizadas. A ajuda dos alunos de sala é sempre bem vinda, colocando-os uma vez por dia (à critério da professora e com o consenso dos alunos) para ajudar na realização de algumas atividades, incentiva a sala a manter um vínculo maior com o aluno deficiente físico. As estratégias pedagógicas devem priorizar a formação de habilidades cognitivas e aquisição do conhecimento, incentivando o aluno a fazer escolhas, manifestar suas idéias, expressar seus pensamentos, dúvidas para serem discutidas com os colegas e professor. Planejar situações-problema para que a aluna pense e utilize seus esquemas para perceber diferenças e semelhanças, estabelecer relações entre objetos e acontecimentos, e buscar soluções.

Trabalhos cooperativos com outros alunos:


Incentivar sua participação oral na realização das atividades em grupo.

Ações de acolhimento coletivas, que incluam os demais alunos e outros atores


Os alunos precisam estar preparados para receber o colega deficiente. O professor deve explicar que deficiência física não tem nada a ver com deficiência mental, a deficiência física afeta a parte motora e não a parte cognitiva da pessoa. Muitas vezes a discriminação acontece pela falta de conhecimento, ou por não saber lidar com uma situação nova, que não é comum. Veja algumas dicas para se relacionar com pessoas com deficiência física:


• Para uma pessoa sentada em cadeira de rodas, é incômodo ficar olhando para cima por muito tempo. Portanto, se a conversa for demorar mais do que alguns minutos, se for possível sente-se, para que você e ela fiquem com os olhos no mesmo nível;
• A cadeira de rodas (assim como bengalas e muletas) é parte do espaço corporal da pessoa, quase uma extensão do seu corpo. Agarrar ou apoiar-se na cadeira de rodas é como agarrar ou apoiar-se numa pessoa sentada numa cadeira comum. Isso muitas vezes é simpático, se vocês forem amigos, mas não deve ser feito se vocês não se conhecem;
• Nunca movimente a cadeira de rodas sem antes pedir permissão para a pessoa;
• Empurrar uma pessoa em cadeira de rodas não é como empurrar um carrinho de supermercado. Quando estiver empurrando uma pessoa sentada numa cadeira de rodas, e parar para conversar com alguém, lembre-se de virar a cadeira de frente, para que a pessoa também possa participar da conversa;
• Ao empurrar uma pessoa em cadeira de rodas, faça-o com cuidado. Preste atenção para não bater nas pessoas que caminham na frente. Para subir degraus, incline a cadeira para trás, levante as rodinhas da frente e apoie-as sobre o degrau. Para descer um degrau, é mais seguro fazê-lo de marcha à ré, sempre apoiando para que a descida seja sem solavancos. Para subir ou descer mais de um degrau em seqüência, será melhor pedir a ajuda de mais uma pessoa;
• Se achar que ela está em dificuldades, ofereça ajuda. Caso seja aceita, pergunte como deve fazê-lo. As pessoas têm suas técnicas pessoais para subir escadas, por exemplo e, às vezes, uma tentativa de ajuda inadequada pode até mesmo atrapalhar. Outras vezes, a ajuda é essencial. Pergunte e saberá como agir. Não se ofenda se a ajuda for recusada;
• Quando conversar com um estudante em cadeira de rodas lembre-se de que uma pessoa sentada tem um ângulo de visão diferente. Se quiser mostrar-lhe qualquer coisa, abaixe-se para que ela efetivamente a veja;
• Se a pessoa tiver dificuldade na fala e você não compreender imediatamente o que ela está dizendo, peça para que repita. Pessoas com dificuldades desse tipo não se incomodam de repetir quantas vezes seja necessário para que se façam entender;
• Não se acanhe em usar palavras como "andar" e "correr". As pessoas com deficiência física empregam naturalmente essas mesmas palavras;
•Trate a pessoa com deficiência física com a mesma consideração e respeito que você usa com as demais pessoas.

Solução para entraves ao desenvolvimento didático devido à deficiência

Informações e orientações necessárias ao processo de desenvolvimento e aprendizagem desse aluno devem ser socializadas no momento da elaboração do projeto pedagógico, das adaptações curriculares, avaliação e acompanhamento do processo de inclusão. A escola necessita de orientações e informações de como melhorar o processo de interação e comunicação, proporcionar melhor ação funcional e promover a aprendizagem, o desenvolvimento da autonomia e independência em algumas atividades cotidiana possíveis. Os procedimentos didáticos e avaliativos deverão ser discutidos, construídos e reformulados, coletivamente e ao longo do ano. É importante o professor registrar os pontos fortes e as dificuldades que o aluno encontra para realizar as atividades, registrar a validade dos procedimentos didático-metodológicos utilizados, avaliar ainda o ambiente, a qualidade e quantidade de mediação, proporcionada para que o aluno atinja os objetivos propostos. Como qualquer outro aluno, o professor deverá estar atento ao processo de ensino e aprendizagem, para identificar as necessidades peculiares do aluno com deficiência física. Analisar os objetivos educacionais e por conseqüência, os conteúdos a serem trabalhados com o aluno, visando sempre lhe favorecer o exercício de participação no debate de idéias e no processo decisório quanto a sua própria vida e à vida da comunidade. Será necessário que o professor elabore um plano de ensino específico em função de sua condição física.

Recursos de Acessibilidade - software


Programas (softwares) especiais de acessibilidade


Equipamentos especiais podem também ser pensado, e organizado, com o auxílio de um fisioterapeuta ou de um terapeuta ocupacional. Programas de computador adaptados para comando de voz, como por exemplo o MOTRIX. O software foi criado a partir de uma interface padrão de reconhecimento de voz desenvolvida pela Microsoft. Ao instalar o Motrix, o usuário deve ler em voz alta os comandos (expressões como 'para baixo', 'para cima', 'duplo clique', 'conexão internet'), além do alfabeto de radioamador (alfa, bravo, charlie etc), usado para ditar textos.
O Motrix pode ser instalado em computadores PC com processador Pentium 200 e sistema operacional Windows 98 ou superior. Uma versão gratuita do programa em inglês já está disponível no site do NCE. São apenas trinta comandos, facilmente memorizáveis até para quem não fala inglês. Além de viabilizar o uso de diversos softwares, o Motrix permitirá aos tetraplégicos no futuro realizar tarefas comuns do dia-a-dia, como controlar interruptores de luz, o ventilador ou o volume da televisão. Isso será possível com o uso de uma 'tomada eletrônica' também acionada pela voz, atualmente em fase de testes no NCE. Ligado ao computador, o dispositivo pode ser ligado a qualquer eletrodoméstico.

Recursos de Acessibilidade - órteses


Classificamos os recursos de acessibilidade que podemos utilizar com o nosso aluno tetraplégico em 2 grupos:


Adaptações físicas ou órteses
Quando estamos acomodando o aluno em sua postura correta, utilizando almofadas ou faixas para estabilização do tronco ou velcro antes do trabalho com o computador, já estamos usando recursos de adaptações físicas muitas vezes bem eficazes para auxiliar no processo de aprendizagem. Uma postura correta é vital para um trabalho eficiente no computador. Nosso aluno para digitar no computador utiliza um equipamento denominado ponteira de cabeça.

Adaptações físicas da sala

Para incluir um aluno com deficiência física (tetraplégico) na escola é necessário que a escola possua adaptações coerentes com a necessidade do aluno como: portas largas, rampas de acesso, cadeira adaptada (deitar), mesa acoplada na cadeira de rodas, computador (notebook)e lousa (prancha) adaptada na cadeira de rodas. A remoção de algumas carteiras é necessário para possibilitar a passagem de cadeira de rodas. O piso também requer atenção, pois não pode impedir a locomoção da cadeira de rodas.

Adaptação do aluno à sala

A integração em sala de aula é fundamental. A professora deverá conversar com seus alunos primeiramente sobre a deficiência do novo aluno, explicando toda situação do cadeirante. A seguir temos alguns ponto que não podemos esquecer:

- Informe-se sobre a postura adequada de seu aluno com deficiência.
- Os alunos que andam em cadeira de rodas precisam mudar constantemente de posição, para evitar cansaço e desconforto. Pergunte a ele como ajudá-lo.
- Deve-se verificar qual a melhor posição para ela em relação à lousa para que possa assistir a aula e também em relação à classe para que tenha visão geral de sua sala.
- Converse com a classe sobre as necessidades de cada aluno, e desse em particular. O bate-papo vai promover a consciência e a cooperação da turma.

Diagnóstico

Diagnóstico das condições do aluno, que sejam importantes para sua integração na sala de aula:

É fundamental tratar essa aluno como uma pessoa com condições mentais normais, que necessita apenas de uma adaptação física e estrutural para melhor se adaptar ao ambiente e assim conseguir ser independente.

Preparação

Preparação prévia da escola e professores para iniciar o processo educacional com este aluno:

A escola que irá recebê-lo necessita de um detalhado estudo sobre o seu desenvolvimento geral, seu histórico de aprendizagem, é preciso fazer um diagnóstico cuidadoso para saber se ele necessita de um "Plano Individualizado de Adequação Curricular". Este plano de ensino deverá ser elaborado por uma equipe constituída pelos professores da classe, um professor especializado (caso a escola possua), professor coordenador pedagógico e familiares. É preciso conhecer também quais são as limitações deste aluno em particular, descobrir qual é o ritmo dele, as maiores dificuldades e facilidades. Outras informações importantes:
- Saber se fica preso à cadeira para a fixação do tronco.
- Quem fará a remoção da urina e qual o procedimento correto.
- Saber se consegue utilizar instrumentos com a boca.

Mas o que é Tetraplegia?




Uma das limitações físicas mais severas (ou tetraplegia), onde ocorre a perda em maior ou menor grau, do movimento dos braços e pernas do indivíduo. Existe uma imensa gradação nessa perda de movimento, que pode ir desde a perda de força, até uma imobilidade completa. As situações que provocam a tetraplegia são muitas, mas quase todas tem a ver com danos a uma porção da medula na coluna cervical.
A lesão medular impede a passagem dos impulsos voluntários do cérebro para a musculatura e das sensibilidades cutâneas até o cérebro. O controle voluntário da bexiga e intestino também estarão prejudicados levando a quadros de incontinência e posteriormente, retenção de urina e fezes.
Os cuidados com a pele são muito importantes para evitar formação de escaras (feridas) nos locais de contato diário entre colchão e proeminência ósseas, devem ser usados colchões de água e assentos especiais, nestes casos a higiene corporal é extremamente importante.

Nosso trabalho

O objetivo é estruturar uma apresentação em grupo sobre como seria o trajeto de um aluno com deficiência numa classe inclusiva considere que este aluno está começando seu ano letivo.
Defina seu perfil:
- Idade atual: 17 anos
- Sofreu um acidente que o deixou tetraplégico aos 14 anos enquanto cursava a 8ª série.
- Não apresenta problemas na fala.
- Série: 2ª Série do Ensino Médio
- Sexo: masculino
- Dificuldades específicas: indivíduo tetraplégico com cognição normal, mas com movimentos apenas de cabeça, utiliza cadeira de rodas, suas necessidades fisiológicas são retiradas através de uma sonda.
- Deficiência: Física (Tetraplegia)

Mensagem

Há um ditado chinês que diz:
"Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando um pão, e, ao se encontrarem, eles trocam os pães, cada homem vai embora com um PÃO.. porém, se dois homens vêm andando por uma estrada cada um carregando uma idéia, e, ao se encontrarem, eles trocam as idéias,cada homem vai embora com duas...
Sempre que possível troque idéias, elas esclarecem, acrescentam, ajudam, evoluem... Ainda que você não precise, servirão para o outro!"

Sobre o Blog

Agradecimentos

O grupo GETEC agradece a colaboração dos profissionais abaixo, os quais colaboram conosco na busca de informações para a realização deste trabalho.

ATP de Educação Especial Maria Regina Junqueira - DE de Ribeirão Preto/SP
Prof.ª Luciane - APAE de Ribeirão Preto/SP
ATP de Educação Especial Sther Williams L. S. Monteiro de Oliveira - D.E. Sertãozinho/SP